Esse é o nome do blogue aberto onte polo crítico literário Ramón Nicolás, quem vem publicado recensões no suplemento Culturas de La Voz de Galicia, jornal que, à diferença de outros como Faro de Vigo ou Galicia Hoxe, nom disponibiliza na internet o seu caderno cultural, polo que o novo blogue permitirá agora umha melhor divulgaçom e seguimento do seu labor crítico, parte do qual vinha disponibilizando já o blogue da editorial Xerais.

O Prémio de Traduçom da ABL (Academia Brasileira das Letras) deste ano está envolto em polémica.

Poucos dias após a concessom do prémio, em 2 de junho passado, o blogue Não gosto de plágio, da tradutora Denise Bottmann, expressou perplexidade pola escolha da ABL (Pequenas traduções de grandes poetas, de Milton Lins), e iniciou umha série de escritos em que questiona a professionalidade do tradutor, mostrando os erros e desvios contidos em várias das traduções dos poemas coligidos na antologia vencedora do prémio, e inclusive em traduções anteriores do vencedor.

A polémica passou, pouco depois, do citado blogue aos jornais de tiragem nacional (veja-se as informações da Folha de S.Paulo e, mais recente, do suplemento Prosa & Verso do jornal O Globo).

Segundo informaçom da Folha de S. Paulo de 19 de junho, nom disponível na internet, a resposta do tradutor ao ser questionado sobre os erros foi:

"É possível que eu tenha feito algumas variações. Mas não fui eu quem me premiei. Se eu fosse julgar, não me premiaria".


Contodo, segundo informaçom recolhida no Não gosto de plágio, as polémicas traduções premiadas vinham acompanhadas, nas badanas e prólogos, por críticas elogiosas de várias personalidade, entre os quais algum membro da própria ABL.

O que está em causa som, afinal, os critérios que levárom aos jurados dessa categoria dos prémios (Carlos Nejar, Ivan Junqueira e Evanildo Bechara) a conceder o galardom a umha obra que parece carecer de méritos para tal distinçom.

Em meio desta polémica decorre hoje no Rio de Janeiro a entrega dos prémios da ABL, no Palácio Petit Trianon, sede da instituiçom, às 17 h (horário local).

BakkerFoi anunciado, no passado 17 de junho, o vencedor do prestigioso Prémio Literário Internacional IMPAC Dublin  deste ano: a traduçom británica do romance  Boven is het stil (The Twin), do escritor holandês Gerbrand Bakker.


O tradutor da obra, David Colmer, ganha 25.000 euros e o autor os 75.000 euros restantes do montante total do prémio, considerado um dos melhor dotados economicamente do mundo.


O romance de Gerbrand Bakker venceu assi os outros sete finalistas: God’s Own Country (2008), de Ross Raisin, Home (2008), de Marilynne Robinson, In Zodiac Light (2008), de Robert Edric, Netherland (2008), de Joseph O’Neill, Settlement, de Christoph Hein (título original: "Landnahme", 2004), The Believers (2008), de Zoe Heller, The Elegance of the Hedgehog, de Muriel Barbery (título original: "L’Élégance du hérisson", 2006).


Por enquanto existem traduções portuguesas de Netherland. Terra de Sombras (Bertrand) e A Elegância do Ouriço (Presença).


Eis os vencedores de cada ediçom do International IMPAC Dublin Literary Award, referidos segundo as traduções à nossa língua, se existirem:


2010 – Gerbrand Bakker – The Twin
2009 – Michael Thomas – Man Gone Down
2008 – Rawi Hage – Como a Raiva ao Vento (Pt: Civilização, 2008)
2007 – Per Petterson – Cavalos Roubados (Pt: Casa das Letras, 2008)
2006 – Colm Tóibín – O Mestre (Br: Companhia das Letras 2005; Pt: Dom Quixote, 2007; )
2005 – Edward P. Jones – O Mundo Conhecido (Br: José Olympo, 2009)
2004 – Tahar Ben Jelloun – Uma Ofuscante Ausência de Luz (Pt: Asa, 2003)
2003 – Orhan Pamuk – O Meu Nome é Vermelho (Pt: Presença, 2007); Meu Nome é Vermelho (Br.: Companhia das Letras, 2004)
2002 – Michel Houellebecq – Partículas Elementares (Pt: Temas e Debates, 1999; Br: Sulina, 2000)
2001 – Alistair MacLeod – No Great Mischief
2000 – Nicola Barker – À Flor da Pele (Pt: Gradiva, 2000)
1999 – Andrew Miller – A Dor Industriosa (Pt: Teorema, 1999); O Insensível (Br: Record, 1999)
1998 – Herta Müller – A Terra das Ameixas Verdes (Pt: Difel, 1999)
1997 – Javier Marías – Coração Tão Branco (Pt: Relógio D’Água, 1994; Br: Martins Fontes, 1995)
1996 – David Malouf – Lembrando Babilônia (Br: Companhia das Letras, 2000); Recordando a Babilónia (Pt: Assírio & Alvim, 2009)


Coa recente morte de José Saramago, único autor de língua portuguesa distinguido co Prémio Nobel de Literatura, começam a suceder-se as candidaturas para demandar o segundo Nobel de Literatura lusófono.

Num artigo publicado na passada terça-feira, 22 de junho, o Diário de Notícias informava da reorganizaçom dos lóbis português e brasileiro para a designaçom, respectivamente, de António Lobo Antunes e Rubém Fonseca. Segundo o citado jornal, desde o Brasil estaria a procurar-se apoio nos países africanos de língua portugesa e mesmo em Portugal.

No sábado 26 de junho era a Folha de São Paulo a que informava que em 2011 será apresentada a candidatura ao Nobel de Literatura do último vencedor do prémio Camões, Ferreira Gullar. Na mesma informaçom considerava-se decisiva para que professores e escritores brasileiros decidissem apresentar novamente a sua candidatura (já apresentada em 2002 e 2004) a publicaçom na Suécia, nos últimos dous anos, da traduçom do Poema Sujo, dumha antologia poética e dum dossier dedicado a el na revista Karavan, junto coa atribuiçom neste mesmo ano da maior distinçom das letras portuguesas.





Qual é o melhor romance de
José Saramago?


   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   




Resultados

O passado 21 de Junho fôrom anunciados os ganhadores da décima sexta ediçom do Prémio de Narrativa Arcebispo Joám de Sam Clemente nas suas três categorias:

Melhor romance em língua galega:
Areaquente, de An Alfaya.

Melhor romance em língua castelhana:
El país de la canela, de William Ospina.

Melhor romance em língua estrangeira:
Il dia primo della felicità, de Erri de Luca, pola traduçom ao castelhano El día antes de la felicidad.

O júri do prémio está composto por alunos de bacharelato do licéu Rosalia de Castro, de Santiago de Compostela, organizador do prémio, e doutros quatro centros de ensino secundário galegos.

Cumpre destacar que o livro ganhador da categoria em língua estrangeira, embora tenha concorrido apenas pola traduçom castelhana, conta também com traduçom à nossa língua editada pola portuguesa Bertrand: O dia antes da felicidade.

O escritor português José Saramago morreu esta manhã, por volta das 8h, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias. Os jornais de todo o mundo informam do seu passamento recuperando entrevistas e artigos diversos e recordando a sua biografia e a sua obra.

Eis algumhas mostras:

No passado sábado, 12 de junho, fôrom entregues, na Ilha de Sam Simom, o XXVII Prémio Xerais  2010 a Iolanda Zúñiga polo romance Periferia, e o XXV Prémio Merlín de Literatura Infantil 2010 a Teresa González por A filla do ladrón de bicicletas.

O júri desta ediçom do Prémio Xerais estivo composto por Comba Campoy (atriz), Manuel Ángel Candelas Colodrón (professor da Universidade de Vigo e blogueiro), Roberto Pérez Pardo (profissional do livro), Belén Regueira (jornalista), Antón Sobral (pintor) e Fran Alonso (secretário do júri, en representaçom de Xerais, com voz e sem voto). No seu juízo, o romance designado vencedor por unanimidade

«constitúe unha achega necesaria á renovación da narrativa galega a través dunha concepción potente e nítida de cal debe ser unha forma de narrar para o tempo actual. Un relato compacto, tamén mesto, extenso e verdadeiramente fascinante, cun enorme poder de seducción.»

Os membros do júri do Prémio Merlín fôrom An Alfaya (Prémio Merlín, 1997), Jacobo Fernández Serrano (Prémio Merlín, 2009), Antonio García Teijeiro (Prémio Merlín, 1996), Mar Guerra (Prémio Merlín, 2008), Gloria Sánchez (Prémio Merlín, 1990), e Helena Pérez Fernández (secretaria do júri, em representaçom de Xerais, com voz e sem voto).

Mais informaçom no blogue da editorial convocante.

Pessoal... e Transmissível, programa cultural da TSF conduzido por Carlos Vaz Marques, emitiu esta mesma tarde umha entrevista com o escritor galardoado co Prémio Príncipe de Astúrias das Letras 2010, Amin Maalouf:



A entrevista é umha oportuna reemissom do programa originalmente emitido em 4 de setembro de 2008.

O Prémio Franz Kafka 2010 foi concedido onte, 8 de junho, ao dramaturgo Václav Havel, ex-presidente da República Checa, "polo seu contributo à literatura checa e mundial".

O Júri desta décima ediçom do prémio estivo composto por John Calder, Peter Demetz, Marianne Gruber, Oldrich Kral, Kurt Krolop, Marcel Reich-Ranicki, Jiri Stransky e Hans Dieter Zimmermann.

Este prestigioso prémio foi criado em 2001 pola Sociedade Franz Kafka de Praga, que o organiza anualmente em colaboraçom coa Cámara Municipal da capital checa, para distinguir autores polo carácter humanista da sua obra, o seu contributo á toleráncia cultural, nacional, lingüística e religiosa, o seu carácter existencial intemporal, a sua validez humana geral e a sua capacidade para constituir um testemunho do nosso tempo.


A entrega do galardom costuma realizar-se o 27 de outubro, véspera do Dia da Independência Checa. 

Eis a lista dos autores distinguidos co Prémio Franz Kafka:

2001: Philip Roth (EUA)
2002: Ivan Klíma (República Checa)
2003: Péter Nádas (Hungria)
2004: Elfriede Jelinek (Áustria)
2005: Harold Pinter (Gram-Bretanha)
2006: Haruki Murakami (Japom)
2007: Yves Bonnefoy (França)
2008: Arnošt Lustig (República Checa)
2009: Peter Handke (Áustria)
2010: Václav Havel (República Checa)

Como se comprova, embora o carácter internacional do prémio, destacam autores checos e da Europa oriental.

E hoje mesmo o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras 2010 foi outorgado ao autor libanês de expressom francesa Amin Maalouf, "que desde a ficçom histórica e a reflexom teórica tem conseguido abordar com lucidez a complexidade da condiçom humana". O júri destacou também que "face à desesperança, a resignaçom e o vitimismo, a sua obra desenha umha linha própria cara à toleráncia e a reconciliaçom, umha ponte fundada nas raízes dos povos e as culturas".

Amin Maalouf tem traduzidos na Galiza A deleiba do mundo e A Viaxe de Baldassare pola editora Xerais e em Portugal a maior parte da sua obra sob a chancela da Difel (incluindo o romance O Rochedo de Tanios, ganhador do Prémio Goncourt em 1993, e publicado no Brasil pola Companhia das Letras).

Nesta trigéssima ediçom do Prémio Príncipe de Astúrias das Letras concorrêrom 27 candidaturas e ficárom finalistas, junto ao autor libanês, a autora catalã de expressom castelhana Ana María Matute, e o poeta chileno Nicanor Parra. Este é o décimo ano consecutivo em que este prémio distingue um autor fora do ámbito hispano. O último autor galardoado de língua castelhana foi Augusto Monterroso em 2000. Mas antes, só numha ocasiom se afastara desse ámbito lingüístico, quando distinguiu o alemám Gunter Grass, em 1999.

O Júri do Prémio Príncipe de Astúrias 2010 na categoria das Letras estivo presidido por Víctor Garcia de la Concha, director da Real Academia Espanhola, e integrado por  Andrés Amorós Guardiola, Luis María Anson Oliart, J. J. Armas Marcelo, Blanca Berasátegui Garaizábal, Carmen Caffarel Serra, Pedro Casals Aldama, Antonio Colinas Lobato, Milagros del Corral Beltrán, Jacobo Fitz-James Stuart y Martínez de Irujo, José Luis García Martín, Pilar García Mouton, Olvido García Valdés, Manuel Llorente Manchado, Rosa Navarro Durán, Berta Piñán Suárez, Fernando Rodríguez Lafuente, Fernando Sánchez Dragó, Diana Sorensen e Román Suárez Blanco (secretário).

A Universidade do Porto tem disponível no seu web a tese de mestrado Amin Maalouf : a literatura como mediação entre Oriente e Ocidente, apresentada por Maria José Carneiro Dias em 2009.

Na quarta-feira passada, 2 de junho, a Academia Brasileira das Letras concedeu o Prémio Machado de Assis 2010 ao crítico, professor e ensaísta Benedito Nunes, ao tempo que deu a conhecer os vencedores da ediçom deste ano dos seus prémios nas categorias de ficçom, literatura infanto-juvenil, traduçom e poesia.

Eis a informaçom sobre os ganhadores, a citaçom de cada ditame destacada pola ABL e a composiçom do júri de cada categoria:


Prémios ABL 2010
Premiado
Júri
Machado de Assis 2010
Benedito Nunes
Eduardo Bortella (Presidente),
Alfredo Bossi (Relator),
Lygia Fagundes Teles,
Tarcisio Padilha,
Domicio Proença Filho.
Ficçom
(conto, romance, teatro) 


Outra vida
de Rodrigo Lacerda

«uma obra que se lê com prazer na sua economia de meios, na sua própria brevidade»

Ana Maria Machado,
João Ubaldo Ribeiro,
Luís Paulo Horta.
Literatura Infanto-Juvenil


Marginal à esquerda
de Ângela-Lago

«é um livro impactante, singelo e instigante, que muito merece o prêmio de literatura infantil»

 Arnaldo Niskier,
Murilo Melo Filho,
Cícero Sandroni.
Traduçom


 Pequenas traduções de grandes poetas
de Milton Lins.

«constituem preciosas antologias da melhor poesia que se escreveu na literatura ocidental desde o século XVI»

 Carlos Nejar,
Ivan Junqueira,
Evanildo Bechara.
Poesia


A máquina das mãos,
de Ronaldo Costa Fernandes


«livro em que a experiência pessoal do poeta, convertida em linguagem, se transmuda em poemas de excelente nível, e nos quais se casam a emoção e a execução apurada, sob a regência de um rigor que não exclui a aventura e a transgressão»

Lêdo Ivo,
Affonso Arinos de Mello Franco,
Alberto da Costa e Silva.

Marcel Reich-Ranicki fizo onte 90 anos e vários jornais e blogues dérom informaçom sobre este crítico literário, um dos mais conhecidos da Alemanha. Veja-se, por exemplo, a notícia do portal Deutsche Welle.

Ganhador do Prémio Goethe 2002, e conhecido como "o papa da literatura", Reich-Ranicki tornou-se popular na Alemanha polas suas intervenções no programa Literarisches Quartett (Quarteto Literário), do canal televisivo ZDF, no qual el e outros três críticos (o quarteto) debatiam a respeito de um livro. Este pograma foi emitido entre 1988 e 2001 e nel fôrom debatidos cerca de 400 livros. Posteriormente conduziu em solitário o programa, também sobre literatura, Solo. A sua fama é devida à forma mordaz e colérica de expor as suas críticas negativas e às suas polémicas com escritores como Günter Grass ou Martin Walser.

Em 2002 iniciou a selecçom e coordenaçom da ediçom dumha proposta de cánone da literatura alemã.

Em 2008 foi-lhe concedido o Prémio da TV Alemã pola sua trajectoria mas recusou-no na cerimónia de entrega, transmitida em directo, criticando a degradaçom da programaçom televisiva.


Esta mesma tarde foi anunciada em Lisboa a concessom do Prémio Camões 2010 ao poeta brasileiro Ferreira Gullar, pseudónimo de José Ribamar Ferreira, nascido o 30 de setembro de 1930 em São Luís, capital do Maranhão.

Na cerimónia do anúncio do vencedor, a ministra portuguesa de Cultura, Gabriela Canavilhas, destacou a "actividade cívica e política" desenvolvida polo escritor contra a ditadura militar.

O júri desta vigéssima segunda ediçom do prémio, composto por Helena Buescu (professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), José Carlos Seabra Pereira (professor associado da Universidade de Coimbra), Inocência Mata (escritora santomense e professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Luís Carlos Patraquim (escritor e jornalista moçambicano), António Carlos Secchin (escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a escritora brasileira Edla van Steen, elegeu Ferreira Gullar por maioria e destacou a "nota pessoal de lirismo" e os "valores universais" da sua obra.

Sete Palabras, a última obra de Suso de Toro, foi distinguida no passado 29 de Maio co "Prémio da Crítica Galicia" na modalidade de criaçom literária, que concede a Fundación Premios da Crítica Galicia.


Segundo informam Vieiros e A Nosa Terra, um júri presidido por Alfredo Conde, e do que também formou parte Luís González Tosar, valorizou

que é unha obra na que se recolle a súa evolución como escritor, respondendo ás esencias galegas sen renunciar á universalidade; polo tratamento de temas fundamentais, como a memoria, o autocoñecemento e a referencia ao pasado como fórmula para entender o presente e proxectar o futuro

Igualmente salientou
a subversión dos xéneros tradicionais e a experimentación formal, cun resultado orixinal que nos sitúa ante un autor de referencia no noso sistema literario

O autor compostelano está sendo protagonista também dumha polémica derivada do anúncio, que el mesmo realizou no seu blogue no passado 22 de Abril, de que deixava de dedicar-se de maneira profissional à literatura para reincorporar-se à docência. Desde entom forneceu diversas explicações. A polémica continuou recentemente ao responder, também desde o seu blogue em duas entradas recentes (A envexa é verde e Boa noticia: "marcha un ofuscado"), algumhas das intervenções realizadas no programa da TVG "Foro Aberto" emitido no passado Dia das Letras, e no qual foi objecto de debate a profissionalizaçom da literatura galega a partir da notícia da retirada de Suso de Toro e da sua experiência profissional, qualificada como "operações de marketing" por parte de vários intervenientes no programa, nomeadamente Xosé Carlos Caneiro, quem mesmo considerou positiva a notícia. 

A verdade é que tanto no debate televisivo como em posteriores valorizações, como a brevemente realizada por Dolores Vilavedra no interessante artigo De autores e editores nom parecem ter a devida atençom alguns dos argumentos empregados por De Toro numha reflexom que incorpora aspectos relativos à exposiçom pública do escritor professional, às transformações da figura do escritor na era da Internet e à minorizaçom ou marginaçom da literatura galega no contexto estatal. Vejam-se os seus artigos Que va a ser del escritor e 'Mutis' explicado.

O Prémio Man Booker perdido (Lost Man Booker Prize), correspondente a 1970, foi anunciado onte com 40 anos de atraso, e recaiu na obra Troubles, de J. G. Farrell (1935-1979).

Em 1971 o Man Booker Prize mudou a suas regras para premiar um romance do mesmo ano, e nom do ano anterior como acontecera nas duas edições prévias. A obra ganhadora era anunciada em Abril e com esta mudança passou a sê-lo em Novembro. Como a ediçom de 1970 premiara um livro de 1969 (The Elected Member, de Bernice Rubens) e a de 1971 premiou In a Free State de V. S. Naipul, publicado nesse mesmo ano, os livros editados em 1970 ficaram fora de consideraçom.

Foi o agente literário e arquivista honorário do Booker, Peter Strauss, quem reparou nesta circunstáncia e convenceu à fundaçom que gere o prémio a reparar, 40 anos depois, esta injustiça com a colheita de romances de 1970.

J. G. Farrell torna-se assi o terceiro (ou o primeiro, segundo como se veja) autor a receber dous prémios Booker, pois já vencera na ediçom de 1973 com The Siege of Kishnapur, romance também finalista na eleiçom do melhor prémio Booker (The Best of Booker) realizada em 2008 com motivo do quadragéssimo aniversário do galardom. Os outros duplos ganhadores do Booker som J. M. Coetzee (distinguido em 1983 com Life & Times of Michael K e em 1999 com Disgrace) e Peter Carey (vencedor em 1988 com Oscar and Lucinda e em 2001 com True History of the Kelly Gang).

Nom localizamos nengumha traduçom galego-portuguesa da obra ganhadora do Booker perdido.

As críticas literárias (bem como as cinematográficas e musicais) publicadas no suplemento Actual do semanário português Expresso costumam ver a luz na internet no web do semanário desde Janeiro de 2009 na secçom Escolhas Expresso (que conta com feed próprio). Contodo, a periodicidade da publicaçom é mui irregular. Nestas últimas semanas, as críticas posteriores ao Actual de 17 a 23 de Abril nom fôrom publicadas, tal como acontecera já em várias semanas consecutivas de Outubro e Novembro do ano passado.

Em contraste, o suplemento Ípsilon do jornal Público inclui regularmente as novas recensões publicadas na secçom de crítica literária do seu portal web, secçom que nom tem feed próprio mas da qual elaboramos este.

Para manter-nos informados das críticas do Actual que nom som disponibilizadas na internet vale conferir o blogue dum dos seus críticos literários, o Bibliotecário de Babel, de José Mário Silva, que geralmente nas sextas-feiras informa das críticas que publicará o Actual no dia seguinte e posteriormente publica a sua (sendo as das últimas semanas omitidas as de O Apogeu de Miss Jean Brodie de Muriel Sparks e Point Omega de Don Delillo).

Desde aqui pedimos, portanto, umha maior pontualidade e regularidade ao portal Expresso na actualizaçom da sua secçom Escolhas Expresso.

Miro Villar, com o livro As crebas, foi o ganhador da décima segunda ediçom do prémio de poesia da cámara municipal de Carral.

O júri estivo composto por Eli Rios, ganhador da ediçom anterior, Baldo Ramos, ganhador da quinta ediçom, a também poeta e tradutora Tati Mancebo, a concelheira de cultura de Carral, Maria José Garcia Fariña, como presidente, e como secretário o técnico municipal de cultura e coordenador do prémio, Carlos Lorenzo.

Segundo informa o web do Concelho de Carral:

O xurado escolleu o libro de Villar de entre as 46 obras presentadas ao certame pola mistura que presenta de clasicismo, culturalismo e compromiso social; polo acerto co que integra as alusións mitolóxicas no discurso poético; e tamén polo novidoso tratamento que fai da modernidade temática dentro do clasicismo.

O II Congresso de Jornalismo Cultural, organizado pola revista brasileira Cult, decorreu em São Paulo entre os passados 3 e 6 de maio. Vários dos debates, colóquios e conferências focárom aspectos relacionados com a crítica literária, teatral, cinematográfica e cultural.

A própria revista Cult disponibilizou diversos vídeos da cobertura informativa do congresso aqui.

Eis umha escolha das principais respostas e repercussões na internet após a publicaçom do artigo de Flora Süssekind, A crítica como papel de bala, no Prosa & Verso da semana passada:



(actualizado em l8-05-2010)

O escritor e blogueiro Sérgio Rodrigues publica hoje no Prosa & Verso umha réplica ao artigo de Flora Süssekind de sábado passado, no qual era um dos três críticos directamente aludidos. Analisa nessa réplica o papel da crítica universitária, responsabilizando-a em boa medida polo seu próprio isolamento e por o pensamento crítico andar «um tanto anémico».

Após realizar um negativo balanço do papel dos estudos culturais (em confluência com o pensamento de Harold Bloom) cuja predomináncia na universidade «transformou em truísmo a ideia de que a literatura como a conhecemos é apenas um instrumento de dominação de classe», o artigo defende o estudo e conhecimento da tradiçom literária e da "especificidade do literário", face à embestida da professora Süssekind contra o connservadorismo e o beletrismo.


as novidades mais instigantes dos últimos anos no campo das letras não partiram de “despossuídos” nem de “refundadores”, mas de escritores imersos até o último fio de cabelo em cultura literária, como Roberto Bolaño, W.G. Sebald, Enrique Vila-Matas, Pierre Michon e David Foster Wallace. Conservadores ou heróis da resistência? E como explicar uma coisa dessas?

O blogue Arabic Literature (in English), do escritor e crítico M. Lynx Qualey, publicou com ocasiom do dia do livro deste ano a lista dos 100 melhores livros em língua árabe segundo a Uniom de Escritores Árabes.

Infelizmente, som escassíssimas as obras que podemos ler traduzidas na nossa língua. Mesmo Naguib Mahfuz, prémio Nobel de Literatura de 1988, cuja Trilogia do Cairo encabeça a lista, nom tem nengumha traduçom galega. Contodo, podemos encontrar facilmente pola internet os exemplares da traduçom portuguesa editada pola Civilização entre 2007 e 2008 dos três romances que conformam a trilogia.

Dos primeiros 10 livros da lista, seria essa Trilogia do Cairo a única obra traduzida à nossa língua, pois as restantes 9 permanecem inéditas.

O Observatório da imprensa publica hoje o artigo Crítico é atacado depois de morto, no qual Deonísio da Silva contesta o que Flora Süssekind publicou sábado passado no Prosa e Verso. O escritor e colunista do jornal Primeira Página nom debate sobre os diferentes métodos de crítica, mas defende a figura e a obra de Wilson Martins e recorda que a professora Süssekind guardou silêncio, em vida de Wilson Martins, sobre tam crítica avaliaçom da sua obra.

No artigo lamenta a perda de espaço da crítica nos jornais e suplementos culturais, confluindo assi co texto de Süssekind, e reflexiona sobre o papel da crítica e o ensino da literatura:

já não somos poucos os que achamos que é urgente uma revisão em nosso cânone literário, que consagra tantas mediocridades.

Eis os ganhadores da vigéssima quinta ediçom do Prémio Lousada Diéguez:

- Criaçom Literária: A praia dos afogados de Domingo Villar (Galaxia, 2009), do qual o júri destacou «a sua excelente construçom narrativa, que desenvolve umha trama cheia de ritmo que atrapa o lector, assi como a solidez das personages, em particular do inspector Leo Caldas». Também foi salientada «a grande capacidade do autor para atrair novos públicos à literatura em galego».

- Investigaçom e ensaio: Os instrumentos musicais na tradición galega, de Pablo Carpintero Arias (Difusora, 2009), considerado um «contributo singular para salvaguardar o nosso património material e imaterial».

Nom encontramos, nas informações publicadas até hoje, os nomes dos integrantes do júri, que estivo presidido polo presidente da Cámara Municipal de Boborás, Cripriano Caamaño, segundo informou La Región.

Umha consulta realizada a cerca de 900 profissionais das tecnologias sobre a internet em 2020 incluiu algumha pergunta sobre o seu impacto na escrita e na leitura. A maioria das respostas, 65% segundo a notícia publicada no Scientific American Brasil, considerárom que a qualidade da escrita e a leitura melhorarám já que o uso das novas tecnologias e da internet estariam a incentivar as pessoas a ler e a escrever mais...

fazendo com que os usuários possam, gradualmente, começar a criticar hábitos da utilização da “má linguagem”, melhorando os hábitos lingüísticos da sociedade.




Crítica literária na imprensa

Galiza:
Faro da Cultura (suplemento cultural do jornal Faro de Vigo)
Revista das Letras (suplemento cultural do jornal Galicia Hoxe)

Portugal:
Ípsilon (crítica literária do jornal Público, feed nom oficial)
Escolhas Expresso (do suplemento Actual, do semanário Expresso)
Time Out Lisboa (feed nom oficial)

Brasil:
Prosa & Verso (do jornal O Globo)
Ideias & Livros (do Jornal do Brasil)







Blogues de críticos

Galiza:
Bouvard e Pécuchet (de Manuel Rodríguez Alonso)
Caderno da Crítica (de Ramón Nicolás)
Criticalia (de Armando Requeixo)
Ferradura en tránsito (de Xosé Manuel Eyré)
Nove Noites (de Francisco Martínez Bouzas)
O levantador de minas (blogue colectivo com secçom de Alfredo Ferreiro)


Portugal:
Bibliotecário de Babel (de José Mário Silva)
Cadeirão Voltaire (de Sara Figueiredo Costa)






Blogues de escritores

Galiza:
Alcalá, Xavier: http://xavieralcala.org/
Calveiro, Marcos S.: Alfaias
Castro, Francisco: A canción do náufrago
Dacosta, Marta: Acuática
Rivas, Manuel: O máis estraño
Toro, Suso de: Suso DE Toro - blog?


Portugal:
Tordo, João: João Tordo. Blog de um escritor português




Outros blogues sobre literatura e crítica literária

Galiza:
Brétemas (do director geral de Edicións Xerais, Manuel Bragado)
Fervenzas Literarias
Poesia Galega
Secçom de Crítica Literária da Associaçom de Escritores em Língua Galega (AELG)



(actualizado em 25-02-2011)

O suplemento literário "Prosa e Verso" do jornal brasileiro O Globo publica hoje umha corajosa e estimulante reflexom sobre o estado actual da crítica literária brasileira, que sob o título A crítica literária como papel de bala assina a professora e crítica Flora Süssekind.


Partindo das reacções de "ressentimento nostálgico e certo proselitismo agressivamente conservador" que dominárom nas notas necrológicas publicadas com ocasiom da morte, a finais do passado mês de Janeiro, do crítico literário Wilson Martins, denuncia a "perda de lugar social da crítica", reduzida a um complemento das estratégias de mercado:

Fabricam-se nomes e títulos vendáveis, vende-se, sobretudo o nome das editoras, e sua capacidade de descobrir "novos talentos" semestralmente, ao sabor das feiras literárias. E, nesse sentido, formas dissentâneas de percepção, como a crítica, se mostram particularmente incômodas.

Centrando-se a seguir na análise de três obituários e da valorizaçom neles feita da obra crítica de Wilson Martins, afirma:
E é como volta a um jogo entre iguais, a um território mais restrito, homogêneo e regulado, de relevância previamente estabelecida, como volta às Belas Letras que se pode compreender a virulenta ressurreição de Wilson Martins, o desejo de Sérgio Rodrigues de um campo puro do literário, a ideia de uma amostragem irrestrita como a de Miguel Sanches Neto (pois previamente demarcada por gêneros, dicções, territorializações diversas), o sonho com um tempo em que "a literatura e o crítico não pareciam ter que sair de cena", para voltar ao texto melancólico e, a meu ver, equivocado, de Pécora.

E finaliza com a demanda dumha crítica literária adaptada aos tempos actuais.

Neste dia do livro de 2010, começamos com esta declaraçom inicial o labor de Fortuna Crítica, um blogue galego de crítica de literatura.

Tentaremos prestar atençom à actualidade literária galega e do mundo de expressom galego-portuguesa, nomeadamente Portugal e o Brasil, bem como o panorama da literatura internacional, mas também atender ao estudo e divulgaçom de obras clássicas.

Atenderemos também à situaçom e evoluçom da própria crítica literária, nomeadamente no nosso país e nos países do nosso ámbito cultural galego-português.

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