Esta mesma tarde foi anunciada em Lisboa a concessom do Prémio Camões 2010 ao poeta brasileiro Ferreira Gullar, pseudónimo de José Ribamar Ferreira, nascido o 30 de setembro de 1930 em São Luís, capital do Maranhão.

Na cerimónia do anúncio do vencedor, a ministra portuguesa de Cultura, Gabriela Canavilhas, destacou a "actividade cívica e política" desenvolvida polo escritor contra a ditadura militar.

O júri desta vigéssima segunda ediçom do prémio, composto por Helena Buescu (professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), José Carlos Seabra Pereira (professor associado da Universidade de Coimbra), Inocência Mata (escritora santomense e professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Luís Carlos Patraquim (escritor e jornalista moçambicano), António Carlos Secchin (escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a escritora brasileira Edla van Steen, elegeu Ferreira Gullar por maioria e destacou a "nota pessoal de lirismo" e os "valores universais" da sua obra.

Sete Palabras, a última obra de Suso de Toro, foi distinguida no passado 29 de Maio co "Prémio da Crítica Galicia" na modalidade de criaçom literária, que concede a Fundación Premios da Crítica Galicia.


Segundo informam Vieiros e A Nosa Terra, um júri presidido por Alfredo Conde, e do que também formou parte Luís González Tosar, valorizou

que é unha obra na que se recolle a súa evolución como escritor, respondendo ás esencias galegas sen renunciar á universalidade; polo tratamento de temas fundamentais, como a memoria, o autocoñecemento e a referencia ao pasado como fórmula para entender o presente e proxectar o futuro

Igualmente salientou
a subversión dos xéneros tradicionais e a experimentación formal, cun resultado orixinal que nos sitúa ante un autor de referencia no noso sistema literario

O autor compostelano está sendo protagonista também dumha polémica derivada do anúncio, que el mesmo realizou no seu blogue no passado 22 de Abril, de que deixava de dedicar-se de maneira profissional à literatura para reincorporar-se à docência. Desde entom forneceu diversas explicações. A polémica continuou recentemente ao responder, também desde o seu blogue em duas entradas recentes (A envexa é verde e Boa noticia: "marcha un ofuscado"), algumhas das intervenções realizadas no programa da TVG "Foro Aberto" emitido no passado Dia das Letras, e no qual foi objecto de debate a profissionalizaçom da literatura galega a partir da notícia da retirada de Suso de Toro e da sua experiência profissional, qualificada como "operações de marketing" por parte de vários intervenientes no programa, nomeadamente Xosé Carlos Caneiro, quem mesmo considerou positiva a notícia. 

A verdade é que tanto no debate televisivo como em posteriores valorizações, como a brevemente realizada por Dolores Vilavedra no interessante artigo De autores e editores nom parecem ter a devida atençom alguns dos argumentos empregados por De Toro numha reflexom que incorpora aspectos relativos à exposiçom pública do escritor professional, às transformações da figura do escritor na era da Internet e à minorizaçom ou marginaçom da literatura galega no contexto estatal. Vejam-se os seus artigos Que va a ser del escritor e 'Mutis' explicado.

O Prémio Man Booker perdido (Lost Man Booker Prize), correspondente a 1970, foi anunciado onte com 40 anos de atraso, e recaiu na obra Troubles, de J. G. Farrell (1935-1979).

Em 1971 o Man Booker Prize mudou a suas regras para premiar um romance do mesmo ano, e nom do ano anterior como acontecera nas duas edições prévias. A obra ganhadora era anunciada em Abril e com esta mudança passou a sê-lo em Novembro. Como a ediçom de 1970 premiara um livro de 1969 (The Elected Member, de Bernice Rubens) e a de 1971 premiou In a Free State de V. S. Naipul, publicado nesse mesmo ano, os livros editados em 1970 ficaram fora de consideraçom.

Foi o agente literário e arquivista honorário do Booker, Peter Strauss, quem reparou nesta circunstáncia e convenceu à fundaçom que gere o prémio a reparar, 40 anos depois, esta injustiça com a colheita de romances de 1970.

J. G. Farrell torna-se assi o terceiro (ou o primeiro, segundo como se veja) autor a receber dous prémios Booker, pois já vencera na ediçom de 1973 com The Siege of Kishnapur, romance também finalista na eleiçom do melhor prémio Booker (The Best of Booker) realizada em 2008 com motivo do quadragéssimo aniversário do galardom. Os outros duplos ganhadores do Booker som J. M. Coetzee (distinguido em 1983 com Life & Times of Michael K e em 1999 com Disgrace) e Peter Carey (vencedor em 1988 com Oscar and Lucinda e em 2001 com True History of the Kelly Gang).

Nom localizamos nengumha traduçom galego-portuguesa da obra ganhadora do Booker perdido.

As críticas literárias (bem como as cinematográficas e musicais) publicadas no suplemento Actual do semanário português Expresso costumam ver a luz na internet no web do semanário desde Janeiro de 2009 na secçom Escolhas Expresso (que conta com feed próprio). Contodo, a periodicidade da publicaçom é mui irregular. Nestas últimas semanas, as críticas posteriores ao Actual de 17 a 23 de Abril nom fôrom publicadas, tal como acontecera já em várias semanas consecutivas de Outubro e Novembro do ano passado.

Em contraste, o suplemento Ípsilon do jornal Público inclui regularmente as novas recensões publicadas na secçom de crítica literária do seu portal web, secçom que nom tem feed próprio mas da qual elaboramos este.

Para manter-nos informados das críticas do Actual que nom som disponibilizadas na internet vale conferir o blogue dum dos seus críticos literários, o Bibliotecário de Babel, de José Mário Silva, que geralmente nas sextas-feiras informa das críticas que publicará o Actual no dia seguinte e posteriormente publica a sua (sendo as das últimas semanas omitidas as de O Apogeu de Miss Jean Brodie de Muriel Sparks e Point Omega de Don Delillo).

Desde aqui pedimos, portanto, umha maior pontualidade e regularidade ao portal Expresso na actualizaçom da sua secçom Escolhas Expresso.

Miro Villar, com o livro As crebas, foi o ganhador da décima segunda ediçom do prémio de poesia da cámara municipal de Carral.

O júri estivo composto por Eli Rios, ganhador da ediçom anterior, Baldo Ramos, ganhador da quinta ediçom, a também poeta e tradutora Tati Mancebo, a concelheira de cultura de Carral, Maria José Garcia Fariña, como presidente, e como secretário o técnico municipal de cultura e coordenador do prémio, Carlos Lorenzo.

Segundo informa o web do Concelho de Carral:

O xurado escolleu o libro de Villar de entre as 46 obras presentadas ao certame pola mistura que presenta de clasicismo, culturalismo e compromiso social; polo acerto co que integra as alusións mitolóxicas no discurso poético; e tamén polo novidoso tratamento que fai da modernidade temática dentro do clasicismo.

O II Congresso de Jornalismo Cultural, organizado pola revista brasileira Cult, decorreu em São Paulo entre os passados 3 e 6 de maio. Vários dos debates, colóquios e conferências focárom aspectos relacionados com a crítica literária, teatral, cinematográfica e cultural.

A própria revista Cult disponibilizou diversos vídeos da cobertura informativa do congresso aqui.

Eis umha escolha das principais respostas e repercussões na internet após a publicaçom do artigo de Flora Süssekind, A crítica como papel de bala, no Prosa & Verso da semana passada:



(actualizado em l8-05-2010)

O escritor e blogueiro Sérgio Rodrigues publica hoje no Prosa & Verso umha réplica ao artigo de Flora Süssekind de sábado passado, no qual era um dos três críticos directamente aludidos. Analisa nessa réplica o papel da crítica universitária, responsabilizando-a em boa medida polo seu próprio isolamento e por o pensamento crítico andar «um tanto anémico».

Após realizar um negativo balanço do papel dos estudos culturais (em confluência com o pensamento de Harold Bloom) cuja predomináncia na universidade «transformou em truísmo a ideia de que a literatura como a conhecemos é apenas um instrumento de dominação de classe», o artigo defende o estudo e conhecimento da tradiçom literária e da "especificidade do literário", face à embestida da professora Süssekind contra o connservadorismo e o beletrismo.


as novidades mais instigantes dos últimos anos no campo das letras não partiram de “despossuídos” nem de “refundadores”, mas de escritores imersos até o último fio de cabelo em cultura literária, como Roberto Bolaño, W.G. Sebald, Enrique Vila-Matas, Pierre Michon e David Foster Wallace. Conservadores ou heróis da resistência? E como explicar uma coisa dessas?

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